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A ciência da interpretação de personagens

Depois de tantas matérias pela internet explicando que RPG é um jogo de interpretação de papéis, você já se perguntou se é unânime o que sente quando participa do jogo? Será que existe uma sensação mística que é apenas tua ou todas aquelas pessoas que se juntam a você também sentem? Será que é por esse motivo que eles continuam a se juntar a você nessa convenção social para dialogar sobre histórias fantasiosas? Vamos pensar, de uma forma diferente, no que causa o RPG na cabeça dos jogadores?

A ciência na interpretação de personagens - kastas - contos da tríade
Criando RPG por

O ato demiúrgico da criação

O primeiro passo da mente ao iniciar um jogo é a criação, que envolve as ambiguidades e dicotomias de nosso ser. A criação do personagem que vamos jogar ou do jogo em si remete a ter que colocar algo de dentro de nós para fora; e não se iluda, colocaremos nossos afetos e emoções, mesmo que eles sejam os mais distantes do que consideramos ser a nossa personalidade, sempre é sobre nós.

Esse ato se chama catarse, a ação de descarregar algo. Nossos sentimentos estarão sendo avaliados por nossos pensamentos que começarão a escolher quais deles selecionaremos para aparecer mais vezes no personagem, ou seja, estamos criando outra vida, dando mente, corpo e alma a ela: estamos criando outra personalidade. E isso é só começo, pois somos seres plurais, há naquilo que criamos o bem e o mal, assim como habitam dentro de você e eu.

Afetos que circulam

Como um grande rio onde fluem as águas, nosso corpo flui os afetos, emoções e sentimentos enquanto jogamos. E é deles que vem as sensações mais espontâneas enquanto nos divertimos. É a noção de que criamos uma boa história ou de que agimos de forma contextual que faz com que hormônios do prazer e do bem-estar possam ser secretados para nos agraciar. O prazer do jogo vem da criação e da relação entre nossos afetos e os do personagem, o que gera, inclusive, empatia, a habilidade de se colocar no lugar de outrem.

Não somente, não é só de prazer que falamos, mas as frustrações também nos movem. O medo, a dor, desespero, todos os sentimentos que habitam nossa vida cotidiana se apresentam no RPG. A questão é, você pode gostar de um estilo hack’n’slash e se relacionar com o jogo, tanto quanto gostar de campanhas mais profundas com temas sociais como a ganância, ambição. Durante todo o processo, seu cérebro não emula as situações, isto fica a encargo da imaginação, melhor do que virtualmente funcionar, ele realmente pensa que você precisa sentir aquelas coisas que acredita estar sentindo, elas acontecem ao seu personagem e a você. É claro, em intensidades diferentes.

Um jogo emocionante por sanjinhalimic

Campanhas mais densas

Existem aquelas campanhas que são profundas, cujo objetivo não é salvar a cidade ou a princesa (nenhum problema com isso, há emoção aqui também), mas há lugares onde a maior batalha ocorre internamente. Quase como num livro, na busca por redenção ou perdão. E é claro que um jogo de RPG pode ter esse tom e ainda assim abordar a necessidade de livrar o futuro do mundo do maligno Lich. Mas é possível dizer da responsabilidade que os heróis carregam de serem os únicos a poderem fazer isso.

Existem diversos sistemas e campanhas possíveis, e em cada uma delas um tipo de grupo e de jogador. Encontre com seu coletivo a identidade de sua mesa de RPG para que cada jogo possa ter efeito terapêutico. Caso esse diálogo tenha despertado seu interesse em campanhas emocionais, temos um audiodrama acontecendo nesse momento onde esse espectro emocional é bem presente. E mais, ele se passa no riquíssimo universo de Runeterra (League of Legends), acesse nosso link!

Eu sou o Kastas, do Contos da Tríade e digo uma coisa: criar e interpretar são ações sofridas e também terapêuticas. Todos os jogos se envolvem com as nossas emoções, por isso, se permita vivenciar experiências diferentes!