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As 5 melhores regras alternativas de Baldur’s Gate 3 para D&D5e

Então Baldur’s Gate 3 (disponivel na Steam) finalmente foi lançado depois de seis anos de desenvolvimento. E é argumentávelmente o melhor jogo de 2023. Definitivamente é a melhor adaptação de Dungeons & Dragons para os videogames. Principalmente por ser uma adaptação da quinta edição. Pois é a edição onde a mais nova onda dos jogadores aprendeu a jogar RPG.

Primeiramente o quesito mais importante em um jogo ou mesa de rpg é a história. E Baldur’s Gate 3 é bom. Pois além de ter uma história digna do oscar, cada detalhe do jogo foi visivelmente polido. Desde as side quests até a dublagem. Enfim Baldur’s Gate 3 subiu o nível de qualidade esperado de um jogo. Além disso o jogo faz um excelente trabalho de trazer o conteúdo das regras. Inclusive por ser um jogo eletrônico, toda a parte matemática fica por conta do processador, o que permitiu os desenvolvedores adicionarem mais regras e detalhes ao jogo.

Portanto jogadores com domínio sobre o core do D&D 5e notaram diferenças entre o que está escrito nos livros e o que está vendo na tela. Logo vimos que os próprios desenvolvedores adicionaram algumas regras, mudaram outras, ou até refizeram classes. Eu tenho meus problemas com o jogo, não digo que é 10 de 10. Mentira, é sim. Inclusive algumas regras alternativas usadas no jogo eu mesmo uso na minha mesa. Então a seguir vou apresentar as 5 melhores regras alternativas de Baldur’s Gate 3 para D&D 5e!

Poção como Ação Bônus e jogar poções

Essa dispensa comentários. Pois muitos mestres já definiram que usar uma poção é uma Ação Bônus, e não uma Ação, como no livro do jogador. De antemão poções são um elemento básico da fantasia, todo RPG que se prese tem poções. Porém no D&D 5e, o fato de usar poções como uma Ação quebrou a economia de ações do jogo. Então desde muitos anos atrás, mestres do mundo todo chegaram a conclusão que tornar seu uso uma ação bônus estimula o uso destas.

Do mesmo modo os desenvolvedores de Baldur’s Gate 3 não apenas concordam, como deram um passo além. No jogo, os personagens podem usar sua Ação para jogar uma poção em alguém e então ter efeito sobre o alvo! Como ninguém pensou nisso antes?! Enfim essa mudança de regras abre um mar de possibilidades! Além de claro tornar os combates mais dinâmicos. Pois o clérigo não precisa mais sair correndo pelo mapa para curar alguém. Bem como diminuir a necessidade de um suporte. Dessa forma outras classes podem ser mais efetivas em oferecer suporte para o grupo.

Mais utilidade para a Ação Bônus

Ainda no escopo da Ação Bônus, jogadores experientes sabem que algumas classes sofrem com a super-utilização da Ação Bônus, enquanto outras a renegam. Portanto uma das adaptações que eu mais gosto de Baldur’s Gate 3 para o D&D 5e foram as novas utilidades dadas para a ela. Por exemplo empurrar, que tradicionalmente é considerado um ataque, foi adaptado como um Ação Bônus! Então Bárbaros e Guerreiros agradecem de coração!

Eu sou um fã da classe Guerreiro, mas eu acho argumento que as manobras de Mestre da Batalha deveriam ser ataques genéricos para todos os personagens. Assim como no Pathfinder 2e, pois possui uma enorme lista de ações genéricas, como desarmar. Mas que infelizmente é exclusive do Mestre da Batalha no D&D 5e.

Nesse ínterim a lista de Ações Bônus genéricas do Baldur’s Gate 3 não é extensa. Pois convenhamos que se fosse parecida com a do Pathfinder 2e, o guerreiro teria uma sub-classe a menos. Mas elas não deixam de ser menos úteis. Por exemplo pular é uma Ação Bônus no jogo. Logo eu sempre me vejo usando o pulo para evitar áreas de fogo, ácido, etc. E é claro que minha favorita é empurrar! Nada é mais satisfatório do que eliminar um inimigo com um empurrão bem dado!

Adicionalmente atacar com a mão inábil é uma Ação Bônus no game. Mas no D&D 5e funciona como uma ação desencadeada depois de uma Ação de ataque comum. Logo quero frisar que essas adaptações podem requerer um pouco de observação por parte do mestre. Pois elas podem enviesar ainda mais o balanceamento para o jogador. No entanto eu sou a favor da diversidade de escolhas e simplicidade, então não tenho problemas. Mas fica o aviso. Enfim, são elas:

Classes retrabalhadas

Baldur’s Gate 3 é um jogo de rpg baseado em Dungeons & Dragons 5e. Porém não é uma representação completamente copiada do sistema. Primeiramente como já disse nesse artigo, algumas regras foram adaptadas do livro para o game. Da mesma forma é de se imaginar que algumas classes foram adaptadas para o jogo.

A Larian não apenas adaptou algumas classes como apresentou suas próprias mudanças para classes problemáticas no livro. Vide o Ranger! Essa classe é famosa entre os jogadores e mestres por ser considerada fraca. Inclusive a própria Wizards of the Coast reconheceu os problemas da classe no Player’s Handbook e propôs uma versão alternativa no livro Tasha’s Cauldron of Everything.

Infelizmente não achei um PDF com todas as mudanças explicadas. No entanto elas estão tanto na Wiki quanto em posts do Reddit. Penso em eu mesmo compilar um PDF e disponibilizar gratuitamente para uso.

Entre as minhas adaptações favoritas estão:

  • O Ranger. Inteiro.
  • Uma lista de própria de Formas Selvagens do Druida que aumenta conforme o nível.
  • Rogue Thief ganha uma Ação Bônus extra (e é muito por conta disso).
  • Habilidade e atacar com uma arma usando o atributo de magia faz parte do Pacto da Lâmina do Warlock ao invés de ser exclusive do Hexblade.

Haste e sua interação com magias

A magia Haste (Velocidade) em sua versão original do D&D 5e garante ao alvo o dobro de velocidade de movimento, +2 CA, vantagem de salvaguardas de destreza e uma ação a mais durante o turno. Porém essa ação só pode ser usada para realizar um único ataque, dash, disengage, hide ou usar objeto.

De antemão a magia Haste do Baldur’s Gate 3 garante uma ação extra durante seu turno para fazer o que quiser! Então se seu guerreiro que ataca três vezes por turno se torna alvo de Haste, agora ele pode atacar seis vezes por turno! Mas se já não fosse um aumento estratosférico de poder, o balanceamento vai para o espaço quando incluímos magias na equação.

Primeiramente personagens não podem conjurar mais de uma magia de nível 1 ou maior por turno. Para todos os efeitos, cantrips são consideradas magias de nível 0. Então digamos que um clérigo use Palavra Curativa com sua Ação Bônus. Então ele só pode usar cantrips com sua Ação. Baldur’s Gate 3 não tem essa limitação. Então o que acontece quando chega o turno do feiticeiro com haste? Sim, a criança chora e mãe não vê, ele pode conjurar três Bolas de Fogo! Simplesmente insano e desbalanceado… Eu amo essa regra!

No entanto o exemplo do feiticeiro é o extremo das possibilidades. Pois principalmente sem a limitação de apenas uma magia por turno, outras classes, como até mesmo o clérigo em meu exemplo, ganham muito mais flexibilidade.

Magias utilitárias como rituais e reações

Por fim vamos falar com animais. Quero dizer a magia falar com animais. Nesse ínterim as magias falar com animais, falar com os mortos etc. Sejamos honestamos, ninguém coloca essas magias em seu repertório. Pois elas são simplesmente situacionais demais para justificar a suas escolhas durante a evolução do personagem. Baldur’s Gate 3 oferece uma solução para elas: As transformou em rituais com duração de “até um descanso longo”.

Por outro lado o game oferece várias oportunidades para essas magias serem usadas, é importante que o mestre também ofereça essas oportunidades. Então qual é a sugestão? Para magos, clérigos e druidas, apenas diga que eles podem mudar suas magias preparadas em um descanso curto (ou a vontade fora de combate, fica a gosto do mestre) e as torne rituais! Ou apenas dê um amuleto, anel ou outro item mágico imbuído com essa magia. Enfim temos magias situacionais e frequentemente ignoradas, sempre prontas para uma eventualidade!

E falando em eventualidade, Baldur’s Gate 3 permite usar outras magias como reações, vide Guidance, Friends e Charm Person. Eu gosto muito dessa mudança pois já vi acontecer (com frequência) o mestre negar os usos dessa magias pois os jogadores não as conjuraram com antecedência. Porém essa visão limita tanto o repertório de escolha de magias dos jogadores quanto o uso das mesmas. Atribuir a opção de usa-las como uma reação “conserta” esse problema! Eu quero também frisar que, ao mesmo tempo que a magia trivializa testes de carisma, eu acho que o efeito colateral de tornar a criatura alvo instantaneamente hostil ao personagem punitiva demais. Particularmente eu amenizaria as consequências da magia. Ou até mesmo a ignoraria como no game.

Mais poder aos jogadores

Em suma essas regras definitivamente inclinam a balança de poder para o lado dos jogadores. Então use-as com sabedoria. Porém eu sou totalmente a favor de trazer ainda mais diversão para minha mesa. E essas regras fazem exatamente isso! Elas trazem mais flexibilidade e opções para os jogadores (e para o mestre). Pois lembre-se de que qualquer coisa que seus jogadores fizerem, você também fazer! E até mais, você é o mestre oras!

Por fim foque na diversão. Menos restrições e mais diversidade na mesa. Inclusive abre-se as portas para desafios maiores! Por isso recomendo tentar leva-las para suas mesas de D&D 5e. O próximo passo é fazer um PDF com a lista de modificações das classes e disponibiliza-los em português. Mas enquanto isso, qual é a sua regra alternativa favorita? Me conta aí nos comentários! E aproveite mais artigos, guias e outros conteúdos de D&D na Nuckturp!