Com qual idade se começa a jogar RPG?
Jogar RPG é uma arte que deveria ser natural, pois RPG é um jogo de contar e vivenciar histórias, não é mesmo? Porém essa habilidade foi se perdendo no tempo conforme o mundo de áudio e vídeo entraram nas nossas vidas. Os xamãs e anciões que antes transmitiam conhecimento em círculos ao lado de fogueiras ou em clareiras no meio da floresta hoje são diretores, produtores, escritores e roteiristas e a habilidade de contar histórias fica para poucos.
Assim, se você é tanto jogador como mestre de rpg, você sabe como contar uma história. Você vivencia isso no seu dia-a-dia. Através do seu personagem ou desenvolvendo o cenário e a trama.
Dessa forma, qual é a melhor idade para se começar a jogar RPG?
Deixa o Dudu, de 10 anos, filho do Brau Saraiva, criador do Ioroas – Os Deuses Cafuzos te explicar como ele começou a narrar Demon Slayer para os amigos na escola.
Uma entrevista com pai e filho sobre jogar RPG

Nuckturp – Dudu, quando você começou a jogar RPG e quando começou a narrar para os amigos na escola?
Dudu – Meu nome é Dudu Guto. Eu tenho 10 anos e comecei a narrar esse ano (2022) na minha escola, mas jogo com meu pai desde de que eu tinha 6 anos.
Dudu joga RPG com o pai desde os 6 anos de idade. O Pai, Brau, desenhava o homem-aranha enquanto narrava histórias do aracnídeo para que o pequeno decidisse suas ações. Assim, imerso no universo de RPG, ele já começava a contar suas histórias.
Nuckturp – Brau, como foi apresentar para o Dudu o mundo do RPG? Você que mestrou para ele, como foi esse início?
Brau (Pai) – Ele tem 10 de vida. Eu tenho o dobro de RPG. Narrando tenho 15, então ele já nasceu nesse meio. Vê a galera reunida falando de vampiros e orcs, já é algo que a mente dele assimila como normal.
Ele joga Shadowrun desde que tinha 6 anos, mas também já jogou Mouse Guard, D&D, Bandeira do Elefante e da Arara e tem um ano que joga Vampiro – A Máscara. Para outras crianças e até mesmo pais, pode parecer muito, mas ele cresceu assim, rodeado de nerds. Então ele não estranha.
Nuckturp – Dudu, e o que você mais gosta ao jogar RPG?
Dudu – Meu pai sempre diz que ele não é o protagonista, somos nós. E gosto disso. Gosto de poder ir pra esquerda ou pra direita, e fazer voz de monstro. Também gosto do pessoal. As vezes a minha barriga dói de tanto rir.
Nuckturp – E o que te inspirou a mestrar para seus amigos?
Dudu – Meu pai e meus tios. Eles são meus mestres. Eu ganhei uma coleção de dados, e resolvi começar. Eu narrava para 2, hoje eu narro pra bem uns 15, e tive que dividir. Só sei que meu recreio já era. Mas eu gosto muito!
Nuckturp – Demon Slayer foi seu primeiro RPG ou já tinha narrado outros?
Dudu – Não, foi meu primeiro. Meus amigos que votaram. Eu narrei com FATE, mas quando meu pai lançou Tardigrado, eu mudei o sistema, mas o cenário é o mesmo
Nuckturp – O que você acha mais desafiador na hora de narrar para seus amigos?
Dudu – Eles querem agir ao mesmo tempo, mas meu pai já tá me treinando para isso e eu já melhorei muito nesse ponto. Fora que todo mundo quer ser “o poderosão”, e isso também tem atrapalhado um pouco, mas o sistema equilibra isso por mim, então fica tudo bem.
Nuckturp – Pai, como é ver o Dudu iniciando essa aventura de se tornar um mestre de RPG?
Brau – Acho até que ele demorou kkk. Mas enfim, é como ganhar na loteria. Sinto que fiz ele um alguém destacado entre os amigos. Fora que ele é um incentivo para toda uma geração, que de uma forma ou de outra, tá ligado a mim. Então, Mestre Alisson Korello, onde quer que você esteja, teu neto em mestragens tá aí levando o legado.
Nuckturp – Como você percebe que o RPG ajuda o Dudu na escola e nos relacionamentos com os amigos?
Brau – Ele se destacou muito. Eu até tenho que pisar no freio dele. Para ele viver com o RPG e não para o RPG. Ele aprendeu a ler cedo, já leu uns 15 livros grandes e mais uns 50 menores, e tudo isso eu devo em grande parte ao RPG.
Nuckturp – O Dudu está empolgado com o nascimento do Ioroas?
Brau – Dudu é meu fã número 01. De carteirinha. Ele pergunta tudo, e se alguém perguntar dele sobre deuses e monstros do Brasil, ele provavelmente saberá responder melhor que muito índio. Eu sou nacionalista, mas ele nem tanto. A geração dele é mais anime mesmo, mesmo assim, como toda criança, ele é fã de tudo que é lenda.
Nuckturp – Dudu, que conselho você daria para quem quer começar a jogar RPG?
Dudu – Eu diria para irem com tudo. O RPG é a melhor experiência nerd de todas. Até meus professores admiram e falam que “como ninguém conhece isso?”. Eu ganhei um montão de tios, e primos que nem são mesmo minha família, mas acabam sendo. E foi o RPG que uniu todo mundo. Eu só nasci porque minha mãe e meu pai foram pra mesma mesa e se conheceram lá. Então o RPG junta e faz todo mundo ser feliz. É uma arma do bem.

Qualquer um pode jogar RPG!
Primeiramente, olhe que incrível essa conexão de Pai e Filho, e a transferência de um legado. Perceba que com 6 anos, ainda bem jovem, a gente pode começar a jogar e entrar nesse mundo de contar histórias.
Com 10 anos o Dudu lê os livros, entende dos sistemas e ensina os amigos, e isso é incrível! Além de ler outros livros, pois ele vai abastecendo, desde cedo, sua “biblioteca mental”. O RPG faz isso, dá o interesse para as crianças lerem (e adultos também).
Portanto, quer começar a jogar RPG? Quer destravar e começar a vivenciar histórias fantásticas, comece! A Nuckturp está aqui para te ajudar a começar no universo de contar histórias através de interpretação de personagens. E, temos certeza, que o Brau, o Dudu e muitos outros mestres ficarão empolgados de receber você.
Dê os parabéns para o Dudu nos comentários e deixe suas dúvidas. Bora jogar RPG, sem idade, sem restrições e com muita diversão!