Dungeons & Dragons Para mestres

Como criar monstros personalizados em D&D 5e

No vasto universo do Dungeons and Dragons (D&D 5e), a criação de monstros personalizados adiciona uma camada única de criatividade e desafio ao papel de mestre.

Assim, neste guia, exploraremos não apenas o processo de criação em si, mas também como introduzir essas criaturas feitas sob medida em sua narrativa, proporcionando aos jogadores experiências inesquecíveis.

Mas, se você já quer ir logo para a resposta, então confira este vídeo 👇 onde exploramos ainda mais este assunto:

Por que Criar Seus Próprios Monstros?

A criação de monstros personalizados oferece uma oportunidade única de moldar a narrativa de acordo com as necessidades da sua campanha. Ao invés de depender inteiramente das criaturas pré-existentes, você pode adaptar desafios específicos, garantindo que cada encontro seja relevante e emocionante para seus jogadores.

Além disso, criar seus próprios monstros permite que você surpreenda até os jogadores mais experientes, mantendo a imprevisibilidade e a sensação de novidade em sua mesa de jogo.

As Tabelas Oficiais do Livro do Mestre para Criação de Monstros

Nesse sentido, a criação de monstros personalizados é uma arte sutil que se apoia em bases sólidas fornecidas pelas tabelas oficiais do Livro do Mestre do D&D 5e. Ao compreender esses parâmetros, você terá a chave para equilibrar e ajustar suas criações, garantindo que se encaixem harmoniosamente no ecossistema do seu mundo de jogo.

1) Escolha o ND da criatura

Primeiramente, defina o Nível de Desafio desejado para a criatura! Para tomar essa decisão, leve em conta o nível do seu grupo de personagens. Se eles forem de nível 1 a 8, um bom chefão terá ND igual ao nível deles. Caso eles sejam de nível 9 ou mais, você pode optar por uma criatura com um ND ainda maior do que o nível deles. Exemplo: um grupo de nível 12 pode ser capaz de enfrentar uma criatura de ND 15.

Mas, não se preocupe tanto com isso por enquanto. Com o tempo você pega a prática!

Para exemplificar, vamos pensar em um grupo que está no nível 3. Neste sentido, vamos pensar em uma criatura de Nível de Desafio 3.

2) Atributos Básicos e Modificadores de Atributo:

Em seguida, defina os atributos básicos, que são Força, Destreza, Constituição, Inteligência, Sabedoria e Carisma. Cada atributo é associado a um modificador. Esses modificadores são cruciais para calcular diversos aspectos do monstro.

Neste sentido, saiba que aqui é importante termos algum monstro como base na hora de criar os atributos. Não existem regras específicas para essa decisão. Ela deve ser feita pensando de caso a caso.

Para exemplificar, digamos que nosso monstro de ND 3 é uma criatura chamada Caniçal de Vidro, um animal protetor do Castelo de Vidro. Para criarmos os atributos dele, vamos compará-lo ao Escorpião Gigante. Assim, vamos usar: Força (15), Destreza (13), Constituição (15), Inteligência (3), Sabedoria (9) e Carisma (3). Isso porque ele não é muito inteligente, mas é feroz em sua defensiva.

Nosso monstro criado para ilustrar a explicação, o Caniçal de Vidro.

3) Pontos de Vida (PV):

Então, vamos definir o Ponto de Vida da criatura! Para isso, basta olharmos na tabela abaixo quais são os pontos de vida sugeridos para a criatura de acordo com o ND dela.

Como estamos pensando em ND 3 para nosso Carniçal de Vidro, ele terá entre 101 e 115 PV. Por ser uma criatura mais agressiva e, bem, feita de vidro, vamos optar pelo valor mais baixo: 101 Pontos de Vida.

Tabela oficial do Livro do Mestre, Estatísticas de Monstro por Nível de Desafio.

4) Valores de Ataque e Defesa:

Depois temos os valores de Ataque e Defesa, que são fundamentais para determinar a eficácia do monstro em combate. O valor de Ataque é composto pelo bônus de proficiência e pelo modificador de atributo relevante (Força para ataques corpo a corpo, Destreza para ataques à distância). A Classe de Armadura (CA), por sua vez, reflete a dificuldade que os oponentes enfrentam ao tentar acertar o monstro. Para tal, usaremos a mesma tabela acima, de Estatísticas de Monstros por Nível de Desafio.

No caso do nosso monstro, Carniça de Vidro, queremos uma criatura ofensiva, por isso vamos optar por um Dano por Rodada mais alto. Neste sentido, o Carniçal de Vidro terá 13 de CA e teria, por padrão, +4 para bônus de ataque. Como queremos uma criatura mais agressiva, vamos optar por colocar +5 de bônus de ataque para ela.

3.4 Bônus de Proficiência:

Em seguida, o bônus de proficiência. Ele é derivado do nível de desafio (ND) do monstro. Essa tabela acima, disponível no Livro do Mestre, associa um valor de bônus de proficiência a cada ND. Este bônus é aplicado aos testes de resistência e alguns testes de habilidade, influenciando diretamente a eficácia do monstro em diversas situações.

Por exemplo, quando o Caniçal de Vidro for fazer um ataque, como a ND dele é 3, ele terá o ataque base dele, que é Mordida Afiada — ataque corpo-a-corpo, com 26 de dano e +5 de bônus de acerto (+3 devido à Força igual à 15 e +2 da proficiência).

3.5 Dano por Rodada:

Um quinto passo é conferir na tabela o dano por rodada, que auxilia na determinação do dano que um monstro pode causar. Com base no ND, a tabela fornece faixas de dano, ajudando a equilibrar a ofensividade do monstro. Esses valores são uma combinação de ataques corpo a corpo, à distância e possíveis habilidades especiais, ou seja, quantos ataques o monstro consegue fazer por rodada.

Por exemplo, o nosso Caniçal de Vidro consegue fazer 2 ataques por turno, variando entre sua Mordida Afiada, Salto de Estilhaço e Espinhos Perfurantes. Porém, temos que organizar esses dados de forma que eles causem, no máximo, 26 de dano por rodada. Então podemos definir que ou ele utiliza duas mordidas, ou uma vez o salto de estilhaço ou uma vez os espinhos perfurantes. A mordida causa 13 de dano (3d8) na média a cada acerto enquanto os outros dois causam 26 de dano (6d8) a cada acerto.

3.6 Testes de Resistência e Perícias:

Por fim, para adicionar complexidade ao monstro, a coluna de CD de resistência com base no Nível de Desafio (ND). Isso nos dirá o quanto os personagens precisam tirar no teste caso sejam alvo de algum golpe ou ação específica da criatura.

Em nosso exemplo, o Caniçal de Vidro, vamos dizer que ele causa paralisia em quem é atingido pelos seus espinhos. Porém, o personagem tem o direito, antes, de realizar uma salvaguarda de constituição para resistir ao golpe. A CD desse teste, neste caso, é 13, pois o ND da criatura é 3.

Ao explorar essas tabelas de maneira aprofundada, você estará equipado para criar monstros personalizados que se encaixam perfeitamente na sua narrativa, oferecendo desafios cativantes e equilibrados para seus jogadores. Essa compreensão profunda das mecânicas por trás da criação de monstros permitirá que você ajuste e adapte suas criações para atender às necessidades específicas de sua campanha.

Os Três Tipos de Monstros: Ofensivos, Balanceados e Defensivos

É importante você saber que existem tipos diferentes de criaturas em D&D 5e.

Assim, para criar uma experiência diversificada, é útil classificar seus monstros em três categorias principais: ofensivos, balanceados e defensivos.

Os monstros ofensivos possuem ataques poderosos, mas menos resistência. Então aqui é interessante modificadores de acerto maiores e danos mais altos. Os balanceados mantêm uma média em ambos os aspectos, enquanto os defensivos são mais resistentes, mas talvez menos agressivos. Isso permite adaptar o desafio ao estilo e nível do grupo.

Unir Mecânicas aos Conceitos

Porém, a criação de monstros vai além dos números nas tabelas.

Lembre-se de infundir personalidade e singularidade em suas criaturas, conectando suas mecânicas às características e conceitos que as tornam especiais. Seja uma habilidade única, um padrão de ataque peculiar ou uma fraqueza específica, esses detalhes dão vida aos monstros e proporcionam oportunidades para interações mais ricas.

A Parte Mais Importante: Como Introduzir o Monstro na Aventura

Contudo, a introdução de um monstro na aventura é na verdade a parte mais importante para maximizar seu impacto na narrativa. Construa um senso de mistério antes do encontro, fornecendo pistas e lendas que envolvam a criatura. Durante o confronto, destaque suas características distintivas e faça a descrição de maneira envolvente, estimulando a imaginação dos jogadores.

Considere a ambientação e a preparação antes do encontro, garantindo que o monstro se encaixe de maneira coesa na história. Seja criativo ao criar situações que destaquem as habilidades únicas do monstro, transformando o confronto em uma experiência memorável.

Se quer saber mais sobre este assunto, confira nosso guia completo sobre como introduzir monstros nas suas narrativas:

Por fim, se você se interessar. Adquira o seu Guia do Mestre de D&D 5e ou até dê uma fuçada no SRD. Deixei até o link aqui para você ler a parte dos Monstros.