Como Criar sua Campanha de Vampiro V5, Parte 1
Olá, queridos Kindreds! Nesse ultimo mês comecei a desenvolver uma campanha de Vampiro, a Máscara, (meu cenário preferido) que será lançada futuramente no Youtube da Tríade e, para tanto, após ler todo o livro maravilhoso do V5, decidi mostrar aqui as conclusões que tive de como podemos criar nossa campanha de vampiro, separado em 2 partes e de crucial importância, a começar pela cidade!!! Vem comigo!
Sobre Vampiro, a Máscara:
Era lançado em 1991 a primeira edição de Vampiro, A Máscara, um RPG de horror pessoal e fantasia urbana onde você assume o papel de vampiros anti-heróis – quando não vilões – e interage com o ambiente e com outros vampiros em tramas envolvendo sociedades secretas, assassinatos, dilemas morais e por que não dizer, monstros.
Vampiro também agradou ao trazer um novíssimo e inovador sistema chamado Storyteller, convidando o jogador a fazer parte da narrativa, garantindo maior imersão e diversão. O Sucesso é tamanho que em 1992 foi lançada a segunda edição, alcançando terras tupiniquins (para nossa alegria), caindo no gosto do povo rapidamente. Posteriormente, 1998 garantiu a mais querida edição de vampiro até então, a 3º edição. Para finalizar, tivemos em 2004 a edição de 20º aniversário e, finalmente, em 2018 ( no Brasil, 2021 ) a edição conhecida como V5, que é a que será abordada aqui!
Eu sei, eu sei, você quer saber por onde começa, certo? O cenário e a lore de Vampiro existe a tanto tempo que tem suplementos a perder de vista, alguns infelizmente nem foram traduzidos para nossa língua e, se você, como eu, se sente perdido com tanta coisa que poderia ser abordada ou com medo de deixar passar algum detalhe do cenário que seja importante de modo geral, eis aqui o que usei para poder desenvolver a minha campanha utilizando apenas o livro principal do V5:
Criando ou Utilizando uma Cidade
O primeiro passo é decidir onde o seu jogo acontece, pode ser no seu bairro, na cidade, no país ou em outro lugar qualquer do mundo, exigindo de você apenas um conhecimento mínimo de sua arquitetura e pontos turísticos/históricos para fins de ambientação, não dá pra falar de Paris sem a Torre Eifel, certo? Hollywood em Los Angeles, Rio de Janeiro e o Cristo Redentor e a Avenida Paulista de São Paulo, a lista continua.
Capriche nas descrições desses locais para que aqueles jogadores que não conhecem possam imaginá-lo perfeitamente bem, e quem conhece se sinta representado pela descrição pela autenticidade, tudo de modo que favoreça a sua cronica, é claro.
Escolhida a Cidade, precisamos determinar o sentimento que ela vai nos passar, ela é uma cidade alegre e cheia de oportunidades? Ela é uma cidade que não perdoa os que são pouco ambiciosos e te atropela na primeira oportunidade? É uma cidade sem salvação esperando a deterioração total? Fazer essa escolha e definição vai te dar o tom da sua cronica, e ela é crucial para que os jogadores criem personagens de acordo com esse mesmo tom. Um personagem que almeja alcançar a Golconda poderia se sentir frustrado nessa cidade que só se deteriora, certo? Cabe a ele compreender os riscos dessa escolha ou ao narrador equilibrar esse desejo com o tema da cidade de modo que ele não perca as esperanças.
Esse é um dos capítulos mais longos e mais completos do livro, eu super recomendo sua leitura, mas naturalmente, vou tentar resumir os pontos que me ajudaram a progredir. Comecemos aos poucos, mesmo que você escolha narrar sua cronica na Bahia, não faça de toda a sua extensão o seu cenário, comece com um limite menor de espaço, um distrito ou bairro é suficiente para uma introdução, uma crônica inteira ou uma one-shot, não se preocupe se seu intuito é poder viajar de ponta a ponta na cidade escolhida, você pode sempre evoluir a campanha para esse nível, mas, no começo vale aquela máxima: Menos é Mais. Pensado nisso, você pode dividir essas localidades entre as seitas conhecidas ( Camarilla X Sabbat X Anarquistas ), ou determinar que todo o território pertence única a exclusivamente a um deles.
Passe a desenvolver, caso já não exista, pontos de referência na localidade escolhida: bares, pubs, teatros, praças, feiras, o que vier a sua cabeça, não importa se na vida real ele não exista ou exista na rua de cima da que você colocou, essa quebra de “realidade” em prol da imersão não só é permitida como incentivada. Se você quer deixar uma boate do lado de uma viela escura por conveniência, faça!
Por último, lembre-se que a cidade é viva e existe independente dos vampiros. Ela é habitada principalmente por humanos e pelas instituições e entidades que nela residem, então é natural que embora você escolha o tema pra sua cidade, o seu bairro ou o lugar onde escolher narrar sua campanha tenha sua própria personalidade também, embora de forma menos sinuosa, invista um tempo pensando nas diferenças de como sua cidade é de dia e principalmente o que ela representa ao anoitecer, povoe-a de modo que mesmo quando os jogadores não estiverem em cena, a cidade ainda viva por que existem outros seres humanos que trabalham a noite, podendo ser mecânicos, funcionários públicos mexendo no esgoto, consertando um vazamento de água ou quem sabe coletores de lixo pelas ruas, tudo isso ajuda na imersão.
Tendo decidido isso, finalmente é hora do próximo passo, que é povoar esse mundo com outros vampiros, a começar pelos jogadores.
MAS, como o texto ficou enorme, vou deixar para abordar isso na próxima postagem desse texto, a parte 2! Espero que vocês estejam tão ansiosos quanto eu e que esse pequeno artigo já te dê material suficiente para começar os trabalhos!!! Aproveita e conta pra gente nos comentários em que lugar você ambientou sua primeira campanha de Vampiro!!!
Fiquem seguros,
A Noite é nossa.