Vamos falar de um desafio que todo jogador de RPG já encarou: como dar vida a um personagem que parece ter um cérebro do tamanho de um planeta, enquanto nós estamos mais para “Astronomia para Leigos”? Hoje, vamos nessa jornada de interpretar personagens mais inteligentes, mais carismáticos e até mais habilidosos que nós mesmos.

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A origem da suprema inteligência!

Tudo começou quando um jogador em uma mesa de Cyberpunk 2020 criou um gênio do crime, um cara com o nível máximo de inteligência e conhecimento das ruas. Só que o jogador tinha um desafio: ele é um excelente jogador e raramente sai do personagem durante o jogo. Assim, ele dá uma risadas, brinca, mas está sempre tomando as decisões e se comportando como tal.

Até que um dia suas decisões começaram a ficar lentas e mais lentas, pois estava começando a ficar difícil imaginar e pensar o que o personagem estava pensando e como ele iria agir. Dessa forma, em algumas situações ele não se sentia bem. Sentia-se perdido por não estar “ao tamanho” da capacidade do personagem que criou intelectualmente — na verdade nem Einstein estaria.

Ele me chamou no canto e pediu para conversar: não queria abandonar o personagem cujo conceito era muito bom, porém estava difícil de interpretar. Dessa forma, eu lhe trouxe uma oportunidade — nós não precisaríamos saber o que ele fez ou falou. Um acordo entre todos!

Sendo assim, na próxima sessão eu implementei o que vou passar para você agora. E funcinou… para todos!

Mentes Brilhantes: Fazendo de Conta que Entende de Tudo

Nem sempre você, como jogador, saberá responder a uma pergunta ou desvendará um enigma que seu personagem conseguiria com pé nas costas. Pois, seu personagem de RPG é uma construção da sua imaginação e ele pode ter os poderes que desejar.

Porém, no jogo de RPG não há espaço para preparação. É improviso, comunicação e pensamento ágil, não é mesmo? Assim, você pode criar soluções para seu jogador interpretar o personagem sem a barreira da ignorância.

Personagem segue só nos dados.

Às vezes, para não parar o jogo, e se for de comum acordo, o jogador pode se expressar de forma a usar a sua ficha de personagem. Por exemplo: Eu uso minha inteligência para descobrir a informação, ou, eu uso minha inteligência para juntar as peças do crime e descobrir uma pista.

Não é necessário que o jogador saiba como resolver, apesar de muitas vezes querermos brincar com nossas próprias habilidades e solucionar enigmas, crimes, etc. Dessa forma, jogar os dados, testar a sorte e garantir o sucesso na rolagem é suficiente para o mestre completar a narrativa para o jogador.

Além disso, se nem o mestre souber a ação de inteligência suprema do jogador, ele pode apenas dizer: Você usou sua inteligência para vasculhar os arquivos e descobriu que… . Portanto, essa é uma forma simples e que deixa um buraco narrativo para ser completado pelo inconsciente criativo de cada um. Sendo assim, essa se transforma numa saída.

Chamando ajuda de outros jogadores.

Outra opção é chamar os outros jogadores para a solução. Pausa o jogo e pede ajuda: O que vocês acham que meu personagem faria agora? Qual é a solução mais inteligente que ele faria ou teria?

Pode ser que os jogadores cheguem a um acordo providencial e que ajude o jogador do personagem inteligentão. Porém, aqui o cuidado deve estar no meta-jogo. A informação, se não for de todos, tem que ser filtrada. Faz sentido?

Apenas as informações necessárias.

Você não precisa ser um Einstein para resolver grandes problemas e nem precisa saber como ele faz isso. Dessa forma, a única coisa que precisa é expor as informações necessárias para avançar no jogo. Talvez você queira trazer alguns aspectos e fazer a ligação entre eles. Assim, abrindo espaço para o mestre adaptar a solução e assumir que aquela é a melhor solução que existe.

Aqui, dica para o mestre de RPG: A ideia do seu jogador é mais importante do que o apego à história que criou. Você improvisa e adapta de acordo com os personagens dos jogadores.

Personagens carismáticos e habilidosos

As mesmas dicas servem para personagens mais carismáticos do que você e personagens mais habilidosos. Talvez seus personagens façam coisas que você nem sabe descrever por nunca ter vivido ou não conseguir nem imaginar. Talvez seu personagem precise dizer coisas que você não tem habilidade ou carisma para falar. Portanto, rolar os dados e dizer: Meu personagem usa do carisma dele para convencer fulano. Pode ser uma grande saída durante o jogo.

Eu adoro a interpretação, bonifico meus jogadores por isso, mas não puno por falta dessas habilidades. O segredo é manter o jogo e a história em movimento. Se o jogador, e nem o mestre, conseguem pensar num desempenho narrativo, então bora para a descrição sistemática e lógica, mesmo que isso custe um pouco da interpretação?

Seu personagem pode ser autentico e brilhante

Ei, lembre-se que você não precisa abrir mão do seu personagem. Use essas dicas, compartilhe com seus colegas e curta a jornada e história. O grande segredo do jogo está na diversão e até onde o grupo pode chegar. Relaxe e se divirta, o importante é se aventurar com seu personagem enquanto curte a aventura.