Se você é ou quer se tornar um Mestre de RPG, existe um conceito fundamental para você usar: a história precisa ser sobre os personagens dos jogadores.

Uma mesa de RPG é feita para que os protagonistas se desenvolvam.

Por isso, a sua história não deve ser sobre o seu mundo e seus vilões.

Mas sim sobre como os personagens dos jogadores vivem e enfrentam todos os desafios que encontram.

E, dentro desta lógica, que vamos abordar em um próximo texto, existe algo para você se atentar.

E este texto é justamente sobre isso: a função de cada personagem.

Explorar este elemento é fundamental para você que quer envolver seus jogadores em uma mesa de RPG.

O que é a Função de um Personagem?

Em cada grupo que fazemos parte conforme vivemos em sociedade, nós desempenhamos uma função.

Aqui na Nuckturp, por exemplo, eu cuido principalmente da comunidade Nuckturp, da parte criativa de Nindäle e da mentoria a Mestres de RPG.

E a função é justamente isso: o papel que uma pessoa ou personagem tem a cumprir.

Dentro de um grupo de personagens de RPG, cada um tem um papel a desempenhar.

E é a sua função, como Mestre de RPG, fornecer desafios e situações para que isso seja explorado.

O que determina a Função de um Personagem?

Pois bem, independente do sistema que você usa, cada personagem tem uma função.

Essa função é definida às vezes pela ficha do jogador, às vezes pelas atitudes do personagem e às vezes por outros fatores.

A função de um personagem é: em qual atividade ele ou ela se destaca?

Seja emocional, seja física, todos os personagens têm forças e fraquezas.

E elas, por si só, tornam aquele personagem em alguém único – a junção dos dois então, mais ainda.

E é através deste elemento único de cada personagem que está a sua função.

Pois dificilmente dois personagens serão bons ou ruins em uma mesma atividade ou situação.

E, de acordo com essas qualidades e defeitos, cada personagem pode ser escalado para funções distintas.

E você, como Mestre de RPG, é quem irá apresentar as situações para explorar este fato.

Por isso, o primeiro exercício deste texto para você é responder a seguinte pergunta:

"Quais forças e fraquezas mais se destacam em cada um dos personagens dos meus jogadores?"

Após responder esta pergunta, você terá em suas mãos tudo que precisa para pensar na função de cada personagem.

Como usar essas forças e fraquezas?

Claro que todos os personagens irão desempenhar múltiplos papéis e superar inúmeros desafios.

Mas é sua função, como Mestre de RPG, garantir que essa distribuição esteja justa.

“Como assim?”

Se você insere apenas elementos de combate em uma campanha de RPG, como você acha que os personagens incapazes de lutar irão se sentir?

Ou, o oposto, caso um personagem seja especialista em luta mas nunca há lutas em suas aventuras, você acha que ele irá se divertir?

Por isso, a forma de usar essas forças e fraquezas é bem simples: crie desafios distintos para personagens diferentes superarem.

Se seu grupo possui apenas personagens semelhantes, isso será fácil!

Um grupo de hackers em Neon City iria superar juntos os mesmos desafios – e teriam dificuldade no que fosse fora da alçada deles.

Agora, se o seu grupo é diverso, sua tarefa se torna mais complexa.

Isso porque a grande pergunta aqui é: como criar desafios que vão explorar a função de cada personagem sem reprimir o papel dos demais?

E a fórmula para isso é: crie desafios que apenas um dos personagem pode superar, mas que o grupo todo dependa disso.

Seja um baú que precisa ser aberto para liberar a chave para a próxima sala, uma difícil negociação com o líder de uma máfia ou até a cirurgia de um cachorro-robô que tem um mecanismo complexo dentro de seu corpo.

Cada um destes exemplos é uma atividade que precisa ser realizada por uma pessoa – e o seu grupo, se for inteligente, irá escalar a mais hábil para realizá-la.

Por isso, seu segundo exercício como Mestre de RPG neste aprendizado é:

Crie, para cada personagem do seu grupo, 3 desafios que apenas ele ou ela seria capaz de superar

Frodo, Gandalf e as suas funções.

Uma história que, na minha opinião, explora muito bem este conceito de funções é Senhor dos Anéis!

Existem várias discussões sobre qual dos personagens da saga é o mais forte.

Porém, o que realmente importa é: qual a função de cada um, independente de sua força?

E existem centenas de exemplos para citar, mas, pense comigo.

Alguém ali do grupo da Sociedade do Anel conseguiria derrotar o Balrog, se não fosse o Gandalf?

Não! E não apenas por ele talvez ser o mais forte ou o inteligente do grupo, mas sim porque apenas ele tinha a magia e conhecimento para aquela tarefa.

Alguém ali seria capaz de levar o anel até Mordor, se não Frodo?

A história nos mostra que não.

A corrupção que o “O Anel” causava nos demais era tão intensa que apenas Frodo e sua pureza conseguiriam superar aquele desafio.

E estes são apenas dois exemplos de como o senhor Tolkien conseguiu explorar os papéis fundamentais de cada personagem na campanha para destruir o anel.

Como ser Mestre de RPG – dica final

Se você quer aprender e melhorar na Arte de ser Mestre de RPG então existe uma coisa fundamental que você deve fazer.

E essa ação que determinará seu futuro é: estudar.

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