D&D e a comunidade LGBT
D&D é historicamente estereotipado como um jogo para nerds. Sempre foi visto como um jogo onde nerdões jogavam no porão de casa. Especificamente falando de gordinhos héteros. Atualmente o consenso entre criadores de conteúdo é que esse estereótipo é verdadeiro. Apenas a primeira vista!
A melhor forma que posso afirmar é que a comunidade de D&D sempre foi diversa. Porém nunca a comunidade foi vocal sobre isso. Logo passando a impressão que apenas homens héteros jogavam. No entanto os tempos mudaram.
A porta de entrada
Novamente vou falar do fenômeno Critical Role e Stranger Things. Pois ao trazer o hobby para a mídia de streaming difusa, esses dois programas disseminaram o D&D. Particularmente Critical Role com um elenco muito amigável com a comunidade LGBT.
Sem pensar muito, eu cito Mollymauk Tealeaf (Ele/Dele). Tiefling Blood Hunter interpretado pelo talentoso Taliesin Jaffe. Durante a segunda temporada da série, Molly foi apresentado como bissexual com um estilo excêntrico, assim como Taliesin. No entanto, O DM Matthew Mercer confirmou em uma entrevista que o personagem Molly era bissexual gênero fluido. A própria palavra Molly tem raízes na história da comunidade queer. Já Taliesin se declarou bissexual em 2017 e não tem medo de se apresentar visualmente de forma excêntrica (uma característica que eu gostaria de ter coragem de expressar também).
No entanto não entrarei em detalhes sobre Strangers Things pelo simples motivo de “Não vi”.
D&D como espaço para representação da comunidade LGBT.
No D&D (e em outros rpgs também) você pode fazer seu personagem como quiser. Dois humanos guerreiros dentro do D&D podem ser fundalmente diferentes. Não apenas mecanicamente como principalmente em identidade. Por exemplo um deles pode ser filho de um nobre que esconde sua identidade queer. Enquanto outro pode ser um homem trans com fortes laços com sua comunidade!
O ponto é que dentro do D&D podemos nos expressar da forma que nos identificamos sem nos preocuparmos com julgamentos! No principio do D&D, de volta em 1970 e alguma coisa, D&D nunca foi sobre opressão. Sempre foi um jogo de explorar Masmorras e matar Dragões. Está no nome. Logo a expressão dos personagens e do mundo enriqueciam a experiência. Posteriormente o mundo real e por conseguinte o do D&D evoluíram para representar a comunidade LGBT.
Inúmeros grupos de D&D já partem do pressuposto que a comunidade LGBT é normal e aceita em seus cenários. Consequentemente tornando o cenário ainda mais amigável e convidativo. O contrário também é verdade. Existem outros grupos cujos cenários criados não são amigáveis a comunidade. E tudo bem. Afinal eu mesmo me divirto jogando com personagens que lutam contra a opressão nesses cenários. Por exemplo sou adepto de jogar com Drows em Forgotten Realms, onde eles são classicamente vistos como vilões!
O convite
Então eu vos convido, caro leito, a adentrar no mundo do D&D! Apesar de o livro e a lore oficial do D&D não parecer amigável, eu não se deixe ser dissuadido! Recomendo ler este artigo caso o background do D&D não lhe pareça atrativo. Existem cada vez mais grupos atrativos e amigáveis para a comunidade LGBT. Inclusive sistemas de rpg mais amigáveis e até focados na experiência LGBT! Como por exemplo Monster Hearts 2 e Thirsty Sword Lesbians! Explore as possibilidades pois não ficará desamparado!
Logo eu tenho certeza que sem muita dificuldade você pode encontrar um grupo que te aceite como você é! Por outro lado é possível que sua primeira experiência seja ruim por um motivo ou por outro. Mas não desista! O D&D é um hobby maravilhoso e amigável onde podemos interpretar quem realmente somos!