Dungeons & Dragons: Melhores regras da 4ª edição.
Pois é. Dungeons & Dragons 4e. Vamos falar dele, mas antes eu preciso tirar algumas coisas da frente. Eu tenho história com essa edição, foi com ela que eu conheci o RPG e comecei a mestrar. Eu simplesmente comprei o livro do jogador e alguns dados, li e juntei mais uns amigos com tempo livre e narrei “na raça”. Então eu tenho um pouco de viés quanto a ele apesar de concordar que a 5ª edição é muito superior.
A 5ªedição veio para simplificar e facilitar e restaurar o aspecto de Role-Play perdido na 4e. Porém o combate ficou repetitivo e cansativo. É muito comum ouvir essa reclamação de jogadores com um pouco mais experiência. Então depois de 8 anos de D&D 5e, eu acredito que algumas coisas deixadas para trás podem voltar para melhorar nossas mesas!
As mecânicas que vou expor aqui podem ser transpostas para a 5ª edição com pouca ou nenhuma alteração. Eu não listei em nenhuma ordem específica.
Dano Contínuo.
De certa forma esta regra já existe na 5ª edição, mas não descrita formalmente. O dano contínuo é uma condição que existe que declara que no começo de cada turno daquele personagem, ele recebe uma quantidade de dano qualquer e pode fazer uma salvaguarda no fim do turno para terminar a condição. Entretanto esse conceito vai diretamente contra uma das filosofias da 5e que é de ter a menor quantidade de efeitos para os jogadores e mestres lembrarem em seus turnos.
Apesar de concordar com a filosofia eu gosto de usar a regra para simplificar efeitos. Por exemplo estar em chamas. Seria mais fácil comunicar que o jogador recebe 1d4 de fogo contínuo com salvaguarde de destreza 10 do que explicar que no começo de cada turno ele recebe 1d4 de dano de chamas e pode fazer uma salvaguarda no final de cada um de seus turnos. Similarmente abre portas para novas magias e efeitos sem a necessidade de descrições longas. Logo eu recomendo essa regra apenas como uma questão de padronização de comunicação.
Preços de itens mágicos
Novamente não é uma regra por si só. Mas é um recurso que a 4ª edição oferece de forma mais simplificada do que na 5ª edição. A falta de uma forma simples de precificar itens mágicos somados a minha preguiça de improvisar o cálculo são os maiores fatores da falta de itens mágicos em minhas campanhas. Na 5ª edição nós temos isto:
Enquanto que na 4ª edição nós temos isto:
Apesar de classificar os itens de formas diferentes, acho muito mais fácil e rápido ajustar as recompensas para itens com preços fixos usando a tabela da 4ª edição.
Ajustar
A 4ª edição tem múltiplas ações que personagens podem usar durante o combate. Muitas das quais fazem falta principalmente para a classe de guerreiro. Por exemplo Defesa Total, em que o personagem usa sua Ação para ganhar +2 de Classe de Armdura por 1 round. No entanto a que eu mais sinto falta é a opção de usar sua Ação de Movimento para Ajustar. Basicamente o ajuste faz com que seu personagem se mova 1.5 metros (5 ft. ou 1 quadrado) sem provocar ataques de oportunidade.
Infelizmente é comum ver personagens parados trocando tapas entre si tanto por falta de cenário quanto por medo de levar ataques de oportunidade. Particularmente para mim, dar a opção de personagens se reposicionarem 1.5 metros que seja ao custo de sua ação de movimento, já faz uma grande diferença durante os combates.
Lacaios
Este conceito lida com combates de grande escala de forma simples. Mas primeiro devo explicar a filosofia da 5ª edição que consiste em fazer a matemática de forma que mesmo um goblin nível 1 ainda seja uma ameaça para aventureiros de qualquer nível. Então as defesas e ataques dos jogadores não escalam muito conforme eles aumentam de nível. Portanto um monstro de nível baixo ainda pode acertar e se esgueirar de um jogador. No entanto o a vida dos jogadores escalam muito enquanto que o dano desses monstros não, transformando-os apenas em um aborrecimento.
A 4ª edição promove uma abordagem diferente e muito mais interessante! Ao invés de manter todos os monstros com ataques e defesas relevantes mas dano mas dano ignorável, temos os lacaios! São criaturas com nível e status capazes de provocar estrago nos jogadores porém eles só possuem 1 ponto de vida. Para garantir que eles não sejam evaporados por qualquer ataque não direcionados a eles, os lacaios possuem a cláusula de que qualquer ataque que não os atinja não causa dano. Transpondo para a 5ª edição, podemos pegar monstros de níveis mais altos, diminuir seus pontos de vida para 1 e coloca-los ao lado dos inimigos mais poderosos os jogadores com certeza terão mais motivos para se preocupar enquanto se aproveitam a alegria de se sentirem fortes.
Condição Sangrando
Um monstro ou jogador é considerado “Sangrando” quando atinge metade de seus pontos de vida. Só isso. Novamente uma questão de nomenclatura. No entanto é uma excelente mecânica descrever a condição dos monstros e personagens sem revelar o valor numérico. Durante a 4ª edição, havia vários outros elementos que interagiam com essa condição. Por exemplo a raça Draconato que distribuía +2 pontos de dano contra criaturas sangrando. Em contrapartida monstros recebiam habilidades adicionais ou imediatamente disparavam ações lendárias quando atingiam esse estado. Essa é de longe a regra mais uso em minhas mesas.
Coup de grace
O assassino que não assassina. Um paradoxo da 5ª edição já que ela não possui mecânicas para um personagem assassinar um inimigo. Situações onde o grupo quer uma solução rápida e silenciosa e vira um combate frustrante simplesmente por que o sistema não tem essa mecânica.
Apesar dessa regra precisar do conceito de Sangramento para funcionar, ainda é melhor do que o que a 5ª edição oferece (um grande nada).
Novamente, transpondo da 4ª para a 5ª edição: Se o alvo estiver em uma situação que não tiver como se defender, por exemplo dormindo ou desprevenido, qualquer ataque realizado é um crítico. Proporcionalmente se o dano for maior que o valor de sangramento do alvo, ele é morto instantaneamente. Use com cuidado pois os jogadores vão querer jogar de Ladino multiclasse de Paladino.
Concluindo sobre as regras da 4ª edição
Muitos não gostam da 4ª edição do jogo. Eu mesmo não voltaria a joga-la tão cedo. Mas tendo algum cuidado e mente mais aberta, podemos separar regras dessa edição que seriam uma grande adição as nossas mesas!
Eu só trouxe algumas das minhas favoritas, mas existem outros aspectos como por exemplo a variedade de atributos das armas que poderiam retornar. Mas e você? Gostou das regras apresentadas? Usa outra que não mencionei em suas mesas? Joga aí nos comentários! Vai que este artigo pode vir a ter uma continuação…