Quem frequenta Yuvalin e cruzar com Nuwaira jamais deixará de esquecer aquela beldade. Uma linda mulher alta, por volta de seus 1,70m, com cabelos azuis lisos e esvoaçantes, um corpo esbelto e cheio de fortitude. Pernas e quadris grossos e avantajados pelo seu contínuo treino nas artes da dança e do combate. Uma mulher confiante com seu corpo e que deixa sua barriga sempre à mostra, cobrindo-a com seus véus em ocasiões nobres.

Filha de um comerciante agrícola, Hussain Farra, e de uma paladina, Asfia Farra, que trabalhava para a família Phillard. Ela teve acesso aos lugares mais únicos de Yuvalin. Quando criança brincava pelas ruas com seus amigos, causando nas feiras e mercados enquanto seu pai vendia os legumes e verduras de suas plantações. Com sua mãe conseguiu conhecer os interiores dos castelos e das casas nobres, coisa que ele nem ligava muito. Ao brincar com crianças nobres, ao seguir sua mãe, ela os achava muito chatos com brincadeiras bobas, o que a fazia ficar curiosa e observar as atividades adultas. Com suas magias, ainda em desenvolvimento, pode entrar nos lugares mais secretos das casas e observar a beleza da realeza. Se encantou com os vestidos, com a delicadeza, o jeito de andar, as maquiagens e principalmente as jóias. Como ela amou o brilho. Ela sentia a energia do ouro.

Um belo dia ela entrou na casa de uma família nobre e enquanto eles jantavam ela entrou pela janela do quarto da filha mais velha. Ela abriu suas caixas de jóias e experimentava todas, se olhando pelo espelho. Encantava-se consigo mesma, seduzia-se a si mesma, como aquelas jóias caíam bem nela.

Porém, a filha abre a porta do quarto e encontra Nuwaira experimentando suas jóias e grita para chamar o pai e os seguranças. Nuwaira continua em seu lugar olhando os brincos que acabara de colocar. O pai chega assustado e percebe a jovem de cabelos azuis, apenas de calça, sapatilha, top e um lenço roxo em volta dos ombros.

“O que você está fazendo no quarto de minha filha sua pequena ladra.” – diz o Pai

Ela sorri e diz – “Por que a ofensa? Eu não peguei nada…”

Confuso por um momento o pai realmente percebe que se ela fosse mais uma daquelas ladinas ela teria fugido no primeiro grito de sua filha. – “O que você quer?” – ele pergunta.

Nesse momento Nuwaira percebe uma oportunidade. – “O que você quer? O que você quer em troca desses brincos dourados tão lindos?” – Ela pergunta se olhando no espelho e saltitante.

“Você é uma Qareen, não é mesmo? Você realiza desejos?” – Pergunta o pai curioso.

“Uma Qareen eu sou, ainda jovem e com muito a treinar. Porém dependendo do que você pedir eu posso realizar.” – Diz ela curiosa para onde essa conversa iria andar.

Pensando em sua filha que não consegue arranjar pretendente para casar, ele pede para a jovem Qareen dos cabelos azulados e do corpo que ele não estava resistindo em olhar de cima a baixo. – “Eu quero que a minha filha seja a mais bela de todas as mulheres de Yuvalin! Quero que ela seja a mais linda e desejada que sua beleza seja comentada do Império de Jade aos Reinos de Moreania.” – Fala com a boca cheia de saliva querendo testar o poder da Qareen, procurando uma desculpa para castigá-la e ao mesmo tempo esperançoso de uma magia que dê certo.

Nuwaira olha para a moça que deve ser alguns anos mais velha do que ela, que tem um aspecto normal, talvez seja um pouco desajeitada e toda tímida. Ela olha para o Pai que a olha seriamente. Olha para os brincos em suas mãos pensando que poderia colocar fogo em tudo e só sair, e responde olhando fixamente para a menina “Eu não posso fazer isso.”

O pai se exalta e grita – “EU SABIA, você é uma Qareen fraca e inútil, que nem para ser ladina consegue… ha ha ha.” Ele ria enquanto apontava o dedo para ela e chamava os guardas.

Ela sorrindo com sua graça chama a menina tímida e diz – “Eu não posso fazer essa magia, pois nela não teria nenhum efeito. O que precisa ser mudado é o olhar de vocês!”

O pai para intrigado e não entende o que essa intrusa queria dizer.

“Vocês não percebem? Eu não posso fazer uma magia para torná-la a mais bela de todos os reinos, se ela já é a mais bela de todos os reinos!”

A menina abre um sorriso lindo e muda sua postura, nunca havia recebido um elogio como esse antes na vida.

“Eu vou fazer uma proposta. Deixe-a vir comigo e daqui algum tempo eu trarei a beleza dela revelada para você. Ela se sentirá linda e todos perceberão essa beleza. Sua filha será comentada em todos os reinos, podendo escolher quem se casará com sua filha.” – Diz firmemente a Qareen.

O pai ajoelha-se no chão com lágrimas tímidas no rosto e pede desculpas para sua filha. Pede para a Qareen – “Leve-a, leve-a e traga-a bela. Cure meus olhos e de todos ao meu redor.”

Nuwaira abraça a menina e começa a ir em direção a porta, mas antes pega uma caixa de jóias e leva o brinco que amou em suas orelhas. Ela olha para o pai como se pedisse permissão e ele assente com a cabeça.

Nuwaira a leva para sua casa na zona fria de Yuvalin, no distrito do carvão, para a fazenda de sua família. Lá por alguns meses ela ensina comportamento, postura, ensina as danças e o poder do corpo. Ela mostra como a beleza pode ser revelada em pequenas mudanças das vida.

A vontade de Nuwaira, o desejo pelas jóias e a sua bondade, transformaram a jovem Serpil (seu primeiro nome) em uma deusa, uma mulher desejada por todos os homens.

Ela a ensina a dança das espadas e dos véus! O que deixa Serpil com movimentos, olhares e comportamentos muito sedutores. Ela chama seu amigo Umair, um humano bardo tocador de derbak, que faz parceria com ela em alguns encontros e pequenos shows de dança e a ensina a se transformar numa mulher confiante.

Serpil volta para casa e o seu pai enxerga uma linda mulher a sua frente, ele mesmo tem que conter seus impulsos masculinos, pois ela ficou irradiante. Ele percebe que os guardas e os homens andando nas ruas olham para ela boquiabertos. Ele a abraça e agradece Nuwaira com os olhos. – “Onde posso te encontrar novamente se precisar?”

Ela sorri e diz – “Do distrito do carvão ao distrito da forja, dos mercados aos grandes palácios. Onde houver felicidade eu estarei lá.” – Ela vira as costas e sai andando, um pouco saltitante, e com as mãos em seus brincos.

Na mesma semana alguns outros nobres começam a lhe encontrar. Guardas gentilmente abrem as portas de casas, mansões e palácios enquanto ela usa do seu carisma, inteligência e magias para realizar os desejos dos nobres.

Enquanto isso se enche de ouro, jóias e tudo o que pode carregar. Se transforma em uma nobre que escolheu viver no distrito do carvão, em meio a plantação, aos animais e aos a fazeres. Com seu ouro ela contratou pessoas para lhe ajudar.

Após a morte de seus pais, que foi uma morte simples, por velhice mesmo. Eles deixam para ela a grande fazenda! Sua paixão, mas que ela transformou em um lugar icônico ao leste, perto do muro, no distrito do carvão.

Aparentemente suas colheitas são sempre as mais saborosas, seus legumes e frutas são grandes, e quando perguntam o motivo. Ela diz que seus fertilizantes favoritos se chamam Amor e Felicidade.

A casa principal foi redecorada com panos roxos, cheios de detalhes dourados. Velas e candelabros. Quadros e esculturas. A parte central da casa se transformou em um palco para Nuwaira, Umair e Serpil dançarem. Serpil resolve não se casar, decepcionando seu Pai e quer ficar com Nuwaira. Serpil, pode estar apaixonada pelo sorridente e habilidos Umair, que com ela se diverte, além de cuidar de toda a terra que agora era de Nuwaira.

Entre desejos realizados, festas e danças. Nuwaira sempre foca em seus treinamentos. A dança das espadas que aprendeu com sua mãe e aperfeiçoou. Duas lâminas extremamente afiadas que se transformaram na extensão de seus braços, voam rente ao seu corpo, se equilibram e giram ao seu redor em uma habilidade mestra. Apenas Umair e Serpil vêem ela com as lâminas e quando acontece ficam hipnotizados pela incrível habilidade que guerreiros e guardas passam vidas tentando desenvolver e não conseguem. As duas cimitarras douradas cheias de entalhes voam como véus. Nuwaira e as cimitarras são uma só.

Nuwaira também realiza a dança das velas à noite. Despertando um lado mais sombrio de seu ser, uma dança que seduz, que encanta e que deixam muitos homens sem graça com seus olhares profundos.

Na madrugada chamas surgem em torno da casa enquanto ela realiza a dança das chamas. Como Qareen do Fogo ela se inflama inteira e dança jogando as chamas para lá e para cá. Porém essa dança apenas Serpil em uma noite assistiu. Nuwaira em posse do fogo é triplamente sedutora, porém é incrivelmente poderosa.

Ainda é possível vê-la treinando a dança dos véus com Serpil, para ajudá-la a se desenvolver cada vez mais como uma linda mulher. E Serpil e Nuwaira dançam sempre ao som do Derbak de Umair que segue as batidas do coração.

A casa principal tem um cheiro peculiar dos Narguilés que fumam para relaxar à noite.

Nuwaira fica entre a diversão com os amigos, seus treinos que são sua fonte de diversão e fortitude interna e em realizar os desejos mundanos dos nobres. Ela assim se transforma em uma nobre, mas que não aceita morar no distrito da Forja. Ela prefere ficar isolada e em lugares mais frios, pois seu corpo já é muito quente.

A Guilda dos Aventureiros de Yuvalin

Nuwaira é um ser imparável, incansável. Dorme tarde e acorda cedo, pois está sempre treinando, cuidando de seus amigos e realizando desejos dos nobres. Ela está entediada dessa vida e sabe que há um mundo gigantesco a ser explorado fora das muralhas. Ela sabe que algo de errado está acontecendo do lado de fora e ela acredita que com sua magia, ela pode ajudar de alguma forma.

Por isso se inscreve para participar da seleção da guilda. Quer um desafio novo, quer conhecer pessoas novas, quer sair desse mundo “supérfluo” dos nobres que só querem mais riquezas, mais beleza e mais tudo, e quer descobrir a si mesma e a origem desses poderes que não entende como herdou de seus pais que nunca demonstraram nenhum tipo de habilidade desse tipo em sua frente.

Nuwaira quer olhar o mundo para olhar a si e está disposta a tudo por isso.