Se você tem um fascínio por mundos desconhecidos, personagens enigmáticos e histórias que atravessam o tempo e o espaço, prepare-se: Keanu Reeves está de volta, e agora não como astro de cinema, mas como coautor de uma das obras mais provocantes do universo da fantasia contemporânea. Sim, estou falando de o livro de algum outro lugar, escrito em parceria com ninguém menos que China Miéville, um mestre dos mistérios literários e das franjas do inusitado.

E antes que você imagine algo já “batido”, aviso: esse lançamento da Editora Jangada vai além de tudo o que você está acostumado a ler sobre imortalidade, guerras secretas e questionamentos existenciais. Aqui, até os próprios limites da narrativa são desfeitos – e isso é só o início da jornada. Vem comigo e descubra por que esse livro promete deixar uma marca no seu imaginário, e até no seu próprio jeito de ver a vida.

O universo de BRZRKR e para além dele: o contexto de Keanu Reeves

Antes de entrar de cabeça na atmosfera sombria do novo romance, uma espiada nos bastidores é inevitável. Keanu Reeves, você já sabe, é ícone por seus papéis em Matrix, John Wick e muitos outros filmes que redefiniram a ação, a filosofia e até mesmo a cultura pop. Mas talvez você ainda não saiba que, com a série BRZRKR, lançada originalmente pela BOOM! Studios, Keanu fez barulho não só nos quadrinhos, mas no coração de leitores famintos por novas mitologias. Foram mais de 615 mil cópias na pré-venda só do primeiro volume, o HQ original mais vendido em décadas!

o livro de algum outro lugar nasce dessa explosão criativa, mas trilha seu próprio caminho – um spin-off que, ao invés de repetir a fórmula, te entrega uma obra independente, com inúmeras reflexões inéditas. E é nessa diferença que a mágica acontece: você não precisa ter lido BRZRKR para ser capturado pelo livro, mas, se já conhece o mundo de Unute, verá ecos profundos e novas camadas em cada capítulo.

Três vozes, um mito: a estrutura de o livro de algum outro lugar

Aprendi que as melhores histórias são aquelas contadas de várias perspectivas, e Reeves e Miéville sabem disso como ninguém. O livro é um convite à imersão: você vai se deparar com três formas de narrativa que se entrelaçam, separando-se e tocando-se em momentos precisos.

Na primeira, mergulho total: você é jogado na pele de um soldado imortal com 80 mil anos de existência (sim, você leu direito), cansado do próprio fardo, em busca insana pela morte, que nunca chega. Ele se entrega ao exército dos Estados Unidos, tornando-se cobaia de experiências militares, enquanto por dentro, o que mais deseja é apenas compreender o que é ser humano ou encontrar a própria morte.

Na segunda camada, a história toma distância. Você vê outros personagens, humanos comuns (ou nem tanto), que cruzam as eras sempre orbitando Unute, sem ao menos entender por quê. Cada vida tocada por ele carrega uma pequena chama desse mistério que se arrasta pelo tempo, alimentando a sensação sobrenatural do livro.

E por fim, em capítulos enxutos e arrepiantes, você encara a segunda pessoa. Ali, Unute fala diretamente – sobre si e sobre você. É um confronto sutil, onde o leitor se torna quase prisioneiro dos próprios dilemas do protagonista. Você se identifica, duvida e quer fugir, mas não consegue.

Quem é Unute? Herói, anti-herói ou só um espelho?

O grande barato de BRZRKR sempre foi o personagem B – brutal, imortal, desconcertante. Agora, como Unute, ele ganha profundidade. De um lado, ele é o guerreiro dos mil combates, de outro, uma alma desesperada pelo descanso. Em cada página, a dúvida assoma: e se viver para sempre não for o dom que imaginamos? Até onde a busca por sentido pode nos levar, principalmente quando todos à nossa volta são passageiros numa jornada que nunca vai terminar para nós?

E não caia nessa de rotular Unute como só um “anti-herói”. Como você verá, ele é espelho: suas perguntas ressoam as nossas, suas dores são nossos receios, ainda que medidos em grandes proporções. O existencialismo, aqui, não é só pano de fundo; é sobre aquilo que a gente finge não perguntar no cotidiano – até ser pego de surpresa, de repente, por uma história dessas.

A voz distinta de China Miéville

Se você nunca leu China Miéville, talvez essa será sua grande descoberta do ano. O cara é genial – deixou sua marca no movimento “New Weird”, reinventando o que a fantasia, o horror e a ficção científica podem ser quando misturados. Obras como “A cidade & A cidade” e “Perdido Street Station” já viraram cult, vencedoras do Hugo e World Fantasy. É impossível não sentir o toque dele ao passar pelas linhas de o livro de algum outro lugar: frases pungentes, imagens imprevisíveis, monstros que desconcertam, ambientes que desafiam classificação.

Miéville é daqueles autores que não economizam em atmosfera, detalhes, ambiguidade. Ele e Keanu encontraram um território comum, e o resultado é esse híbrido sofisticado e acessível, onde violência, memória, tempo e delírio coexistem.

O que esperar da experiência de leitura?

Sem spoilers, prometido – mas posso te garantir que, aqui, as cenas são vívidas que te fará sentir frio na barriga. Assim, desde os primeiros parágrafos você terá uma experiência questionadora, imersível e extasiante. Dessa forma, aos poucos, percebemos que a maior guerra é contra o tempo e o tédio da eternidade, não só contra os inimigos.

Keanu Reeves se revela muito mais que um astro do cinema: ele traz a brutalidade emocional dos seus personagens para a página, enquanto Miéville recheia os capítulos de enigmas, símbolos, detalhes estranhos e pontes para mil outras interpretações. Prepare-se para terminar o livro com uma lista de resenhas para pesquisar, teorias para discutir e o desejo de reler – não necessariamente na mesma ordem.

Por que você precisa ler o livro de algum outro lugar?

Se você, como nós da Nuckturp, valoriza histórias que desafiam, inquietam e transformam, então não pode passar batido por o livro de algum outro lugar. Não existe fórmula pronta aqui – existe um convite para embarcar em uma leitura onde cada página pede pausa e reflexão. É o tipo de obra que vai fazer você ir atrás dos quadrinhos, dos filmes, de tudo que ampliar o universo de Keanu Reeves. E, ao final, vai te deixar com aquele gosto de “quero mais”.

A Editora Jangada acertou em cheio ao trazer essa obra para o Brasil – e você tem agora a chance de ser um dos primeiros a descobrir o que se esconde por trás desse nome misterioso e dessa capa instigante. Mergulhe sem medo e permita-se sair transformado.

Assista Keanu Reeves e China Miéville em algumas perguntas e respostas sobre o livro: