O cenário de Fragged Empire 2
Fragged Empire é um cenário de RPG pós-pós-apocalíptico. Isso significa que após dar tudo errado com a humanidade, houve ainda mais um gigantesco problema que resultou na criação e descoberta das espécies desse incrível jogo de RPG de mesa.
Primeiramente eu já disse em outro post que Fragged Empire 2 chegou para colocar o Starfinder RPG, que eu tava curtindo jogar no banco de reserva. Assim, os livros foram para a estante, enquanto aprecio os PDFs (por enquanto) deste incrível jogo. Fornecido pela editora Macaco Dumal, o Fragged Empire 2 logo estará em financiamento coletivo e, um pouco mais em breve, em nossas mãos. Um jogo que já apoiei de certo!
Mas, por que você “já apoiou/comprou” Bini?
Existem dois fatores que me fazem investir e patrocinar um jogo de RPG de mesa. O primeiro deles é o cenário, tema desse post, e o outro é a facilidade de jogo. Toda a linha Fragged tem uma mecânica simples com base no d6. Assim, o cenário que mais curto é o espacial, futurístico e sci-fi, além disso o autor Wade Dyer deixa um universo, literalmente, aberto para você criar o que quiser. De espécies a plantas, de armas à bugigangas. Leia esse post que falo das vantagens do Fragged.
Conheça as regras básica de Fragged Empire 2 aqui. (em breve)
A humanidade acabou em Fragged Empire
Num futuro a humanidade como conhecemos hoje se extinguiu e de uma forma não tão diferente de nosso futuro próximo. Sim, isso me chamou muito a atenção. Será Wade Dyer um vidente?
A história de Fragged Empire é contada através dos regitros Archon, cuja “memória” data ancestrais que tem informções importantes. Os humanos disseram aos seus primeiros Archons que os humanos são originários de um sistema que orbitava uma estrela chamada Sol e seu planeta natal era conhecido como Terra.
Porém, a história desse cenário começa quando os humanos descobrem a fratura da realidade. Os registros Archon não tem acesso ao que aconteceu antes disso, porém sabe-se que a humanidade ficou por muitos anos em seu sistema solar. Dessa forma, a viagem no espaço só foi possível na descoberta da poeira Ley (Ley Dust), uma poeira invisível que “vaza” das linhas Ley (Ley Lines) e permitem viagens rápidas e a criação de portais. Assim, os humanos começaram a conhecer todo o universo e acessando inúmeros mundos. Quanto mais se usa as linhas Ley, mais se descobre. Com isso a humanidade também deu um salto tecnológico tão grande que nós – eu e você – veríamos tudo como mágica de tão inexplicável.
A era de ouro da humanidade
Com a colonização de muitos planetas a humanidade entrou numa era de paz e abundância. Havia mais recursos do que precisavam e, mesmo assim, desenvolveram robôs – Titãs – especialistas em terraformação (processo de deixar um planeta/atmosfera habitável) que continuavam criando atmosferas habitáveis.
Nota: Olha a potencia de exploração de planetas aqui. Todos terraformados esperando a sua história. Isso me deixa louco para me divertir com Worldbuilding!
Dessa forma, os humanos se espalharam tanto que se isolaram. Muitos planetas tendo pequenas quantidades e até tendo nenhum humano para habitar após uma terraformação. Assim, vivendo em pequenos povoados e muitas vezes nem sabendo que haviam outros humanos por perto.
O fim no DNA
O fim da humanidade era inevitável. Bilhões morreram sozinhos em casas camufladas conectadas a máquinas de entretenimento perpétuo. Eles se esqueceram de como lutar e cederam a todas as pressões. Apesar de terem acesso a um conhecimento científico incalculável, eles se tornaram tolos e se enfureceram como crianças mimadas. Eles eram servidos por robôs que não podiam mais construir ou consertar, e viviam em mundos criados por máquinas titânicas que não conseguiam entender.
Wade Dyer em Erosão Genética, contexto Humanidade
Esse parágrafo tá tão perfeito, pois conta tudo o que está por vir.
Com todo esse isolamento por milhares de anos, o genoma humano sofreu deterioração, deixando toda a população vulnerável à doenças que já não lembravam mais como tratar. Numa implacável busca pela sobrevivência da espécie, humanos se juntaram em grandes cidades e viram, pela primeira vez em suas memórias, escassez de recursos.
Com o poder dos recursos e tentando “salvar” a humanidade duas facções surgiram. Os Criadores (Makers) e os Guardiões (Keepers). Os Guardiões eram responsáveis pelos portais e a logística do que era passado por ali. Os Criadores já criaram todo um sistema economico para reduzir ao máximo o consumo das pessoas e garantir recursos para salvar a humanidade, mas será que isso era uma verdade?
Os Criadores vendo várias cidades se autodestruírem pensaram em vários projetos alternativos, sendo um deles os Archons! Os Archons são humanos geneticamente modificados e cuidadosamente elaborados para dar continuidade à humanidade. Os últimos Humanos criaram os primeiros Archons como seus filhos.
O império Archon
Com a queda dos últimos humanos, os Archons que foram desenvolvidos para serem os novos gestores do universo, deixaram de lado esse objetivo e se focaram em responder a pergunta primal: como fomos criados e como encontro a perfeição? Se tornaram mestres na engenharia genética.
Ser um Archon não é simples. Por mais que seja muito parecido com corpo humano (e pele colorida), eles precisavam comer muita comida pesada para atender a demanda de energia do seu corpo. Além disso, um parto demandava muita energia e recursos.
Era esperado que essa nova espécie fosse crescendo lentamente e perpetuando pelo universo, mas com toda essa dificuldade de viver e alto consumo de recursos para sobreviver, os Archons começaram sua busca pela espécie perfeita. Assim, eles começaram a programar novas espécies em seus laboratórios.
Portanto, começaram a desenvolver centenas de espécies, assim como seus criadores, a facção Criadores. Assim, criando espécies que deram certo como Kaltorans, Ursai, Twilinger e outras que deram “errado” e foram publicamente negligenciadas.
Cada espécie teve autonomia para governar suas nações e conquistar seus territórios. Porém, cada nação era controlada economicamente pelos Archons, garantindo estabilidade política e economica.
Criando a perfeição, só que não…
Com o objetivo de encontrar a espécie perfeita, ou X’ion no idioma Archon, dedicaram anos e muitos recursos. Muitos Archons nem acreditavam nessa tal espécie perfeita, porém o discurso era tão poderoso que unificava todos em prol desse objetivo.
Logo depois da criação dos X’ions, alguns Archons começaram a discutir o que significa perfeição e, após muitas discussões, os Archons decidiram revogar o nome. Isso fez com que os X’ions se rebelassem e uma guerra começou. Os Archons enviaram uma armada para a estação Xana (sim, esse é o nome, não ria) e dizimaram a espécie perfeita. Com exceção de um único X’ion que fugiu em uma pequena nave espacial.
Fragmentando o universo
Após a batalha e extinção dos X’ions, os Archons tiveram que começar a lidar com sociedades que tinham pensamentos diferentes. Facções começaram a surgir e implementar culturas que estavam mais conectadas com seu jeito de pensar e viver o mundo.
Cansados de micro gerenciamento os Archons manteram seu foco em desenvolvimento de espécies e a busca peça perfeição, mas se retiraram do público.
A guerra do X’ion
Esse X’ion que conseguiu fugir consegue voltar duzentos anos depois com um exercito de monstros geneticamente criados. Os Nephilim surgiram no universo com apenas um objetivo: matar os Archons.
O primeiro lugar de ataque? Estação espacial Xana, local da facção Círculos Divinos, que tinham as pessoas com mais alto poder político e que tentava juntar todos os Archons novamente.
O ataque dos Nephilims fez com que os Archons da estação Xana usassem todos os poderes para tentar combater os Nephilims. Sem exito. Assim, liberaram mais duas espécies com foco em combate para defender os Archons: os Legion e os Mechonids. Conseguiram segurar a guerra, por pouco tempo.
Em poucos anos o império Archon se transformou em um pequenas linhas de defesa. Desesperados os últimos Archons começaram a buscar tecnologias de seus ancestrais e encontraram armas de destruição em massa, armas biológicas e táticas militares que usaram para sacrificar milhões de suas espécies criadas, apenas para garantir mais poucos anos de vida.
Trevas & Renascimento
Com a extinção dos Archons, Nephilims, Mechonids e Legion continuaram a batalha pelos recursos. Até que o Mechonids ficaram dormentes, os Nephlims entraram em hibernação ou se tornaram ferozes. Aqueles que sobreviveram entraram em uma época de trevas.
Até que séculos depois, os Vargati, conhecidos como a espécie Corp (Corporation) começaram a desbravar novamente o universo e a iniciar o processo de colonização. Esse processo despertou as outras espécies. Assim, os Nephilims Nascidos do Eden, Mechonids, Kaltorans e Legions voltaram para o espaço e os refugiados Palantor, Remnant, Twi-Far e Zhou também chegam para retomar o seu lugar no espaço.
O resultado das espécies
- Corps (Corporativos) – Abraçaram a filosofia capitalista e isso se tornou uma grande motivação para seu povo em Haven.
- Kaltorans – Usando a energia nuclear e fazendas hidropônicas, os orelhudos conseguiram se estabilizar.
- Legions – Precisando de objetivos e querendo dar propósito para o que foram desenvolvidos, formam um pacto com os Corps e os ajudam a descobrir e colonizar planetas.
- Mechonids – Despertam novamente.
- Nephilim – Despertam de sua hibernação e começam a se unificar em Eden.
- Palantor – Com nova ameaça dos Mechonids são forçados a saírem de seus esconderijos, o reino digital, para pedir ajuda em uma realidade que eles não haviam experienciado ainda.
E ainda há Remnant, Twi-Far e Zhou dessa história “oficial” do cenário de Fragged Empire.
Para ler sobre as espécies que estão oficialmente no jogo, leia aqui. (em breve)
Fragged Empire, um cenário aberto
Wade Dyer deixa claro no livro de cenário/contexto que toda a criação do cenário, que estão em muitas páginas no livro, são ainda sem respostas conclusivas para que o mestre e os jogadores possam criar essas respostas. Dessa forma, deixando o jogo mais próximo da realidade e imaginação de cada um.
Portanto, não se preocupe em TER as respostas, seja um Criador e transforme o cenário à seu favor.
Essa liberdade, que ativa o Worldbuilder dentro de mim, me deixa muito feliz. Pois, há muitos cenários que são bem fechados e com todas as respostas amarradas, mas a não resposta dá amplitude. Inclusive, há momentos, como a história do último X’ion que ele dá possiblidades do que aconteceu na guerra e incentiva: Crie a sua versão!
Fragged Empire é um cenário rico e que seu ouro pode ser moldado por cada pessoa que irá criar a história!
Curtiu esse cenário? Ele em breve estará em Financiamento Coletivo aqui. Portanto, não deixe de apoiar esse projeto tão rico e venha dar uma volta nesse universo, cheio de planetas para explorar e criar, espécies para você usar (e criar), com exploração, economia, influência e batalhas de naves espaciais.
Uma produção, tradução e distribuição da editora Macaco Dumal.